segunda-feira, 23 de agosto de 2010

A b C ...


Não sei como, mas de um tempo pra cá as palavras já não dizem muita coisa...
Parecem-me poucas, inúteis, banais...
Distanciei-me delas.
Cansei.
Não adianta procurar...
Apesar de estarem por todo o lugar tem algo que falta,
Talvez algo que ninguém jamais falou, pensou, sonhou...
Está tudo muito repetido...
...repetido, repetido, repetido...
Como eu queria ler algo novo!
Que não falasse de sentimento nem tampouco de realidade...
Um intermédio talvez.
Assim, calo e espero.

terça-feira, 2 de março de 2010

A bailarina

Esta menina tão pequenina quer ser bailarina.

Não conhece nem dó nem ré

mas sabe ficar na ponta do pé.

Não conhece nem mi nem fá

mas inclina com o corpo para cá e para lá.

Não conhece nem lá nem si mas fecha os olhos e sorri.

Roda, roda, roda com os bracinhos no ar

e não fica tonta nem sai do lugar.

Põe no cabelo uma estrela e um véu
e diz que caiu do céu.

Esta menina
tão pequenina quer ser bailarina.

Mas depois esquece todas as danças, e também quer dormir como as outras crianças.


(Cecília Meireles)

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

À vezes é bom fingir q não sabemos de nada, para que tudo ocorra como deveria ocorrer...
Não gosto de interromper o fluxo natural dos fatos ....
Tenho um desejo incontido de gritar... de dizer... SIM! EU ESTAVA AQUI O TEMPO TODO!
Mas não devo... não posso...

"Ser colocado em segundo plano não me atrai nem um pouco..."
Me calo, e engulo estas palavras quando percebo que tenho agido assim uma vez ou outra.

Tenho ficado dispersa...
No ar... como se estivesse pendurada em uma forca...
Daqui de cima vejo a vida e as pessoas passarem bem diante de meus olhos ...
Contemplo as manhãs quando os primeiros raios de Sol batem na minha cara!
A luz forte me obriga a acordar...

Isso não faz sentido algum...Alguém por favor venho bater na minha cara!!!
...Os raios já não são o suficiente pra eu acordar!

sábado, 19 de setembro de 2009

...

"Não entendo.
Isso é tão vasto que ultrapassa qualquer entender.
Entender é sempre limitado.
Mas não entender pode não ter fronteiras.
Sinto que sou muito mais completa quando não entendo.
Não entender, do modo como falo, é um dom.
Não entender, mas não como um simples de espírito.
O bom é ser inteligente e não entender.
É uma benção estranha,
como ter loucura sem ser doida.
É um desinteresse manso,
é uma doçura de burrice.
Só que de vez em quando vem a inquietação:
quero entender um pouco.
Não demais:
mas pelo menos entender que não entendo.. "


Clarice Lispector.

terça-feira, 2 de junho de 2009

Abstrações fatídicas...


...É que as vezes as cores passam por mim sutilmente... quase q imperceptivel... serenas... serenas... polsam no meu ombro como borboletas... e só dou conta de sua presença visivelmente!

sábado, 28 de março de 2009


Tenho tanto medo... tanto medo...
Responsabilidades que surgem...

Possibilidades de problemas ou soluções...
É um leque de possibilidades que o mundo abre em minha frente!

Sempre quis ter escolhas... e agora que as tenho...
..................................Tenho medo!!!

Me abrace!



Deu um nó na minha garganta agora.Por um momento tive o pensamento egoísta de querer que as pessoas parem pra me ouvir, refletir sobre o que eu tenho falado, o que eu tenho sentido, o que eu tenho feito, que caminho tenho percorrido.Estou carente de amigos que cuidem de mim, que me ajudem quando eu precisar... quero um ombro amigo, no qual eu possa esquecer do mundo para começar a brincar em um jogo aparentemente eterno de falar e ouvir, ouvir e falar.É dessa sensação de troca de experiências e vivência que eu me refiro,desse infinito compartilhar, onde se pega cacos do outro para reconstruir o nosso.Quero um abraço, apenas... um abraço que dure a eternidade do silêncio que desliza entre um ser e outro.